“Quem
é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, pura como o sol,
formidável como um exército com bandeiras? Quem, pois, é esta que vem subindo
do deserto, apoiada no seu amado?” Ct 6-10, 8:5
Entre o que se sonhou e a realidade
que se vive pode haver uma grande distância. A moderação e o aceitar do outro
com suas imperfeições e fragilidades, estando pronto a perdoar se faz necessário
na relação.O amor tem o poder de promover o
crescimento, propor transformações e assim aproximar o ideal do real. O amor
considera e vai a busca do melhor dentro do melhor que cada um possa oferecer.
Valores como beleza, saúde,
educação, cultura, entre outros, são coisas que se adquire, é questão de um novo
olhar, um olhar de carinho e um pouco de investimento. Isso é viver a realidade
buscando não um conto de fadas, mas um ideal possível.
O começo de tudo chama se aceitação
da humanidade do outro e sua necessidade de crescer.
Esses textos de Cantares acima, a
mim me parecem que falam de uma mulher que se fez brilhante acompanhada de um
homem de não menor brilho, e que juntos sobem do deserto. Ele vem do palácio,
tem sangue azul, ela vem do deserto e das agruras da vida, mas ele a encontra
no seu deserto e a faz subir dali, revestindo-se, eles, da glória dos vencedores, como um exército com bandeiras.
Ela se faz formidável com o apoio dele, brilhante como o sol, e apaixonante
como a lua. E ele, um homem admirável. O
deserto não foi capaz de vencê-los. A mutualidade cuidadora fez isso por eles.
O ideal pode indicar um sonho possível a ser buscado,
mas sempre considerando a humanidade do outro e vivendo a realidade dentro do
melhor que ela possa oferecer, conforme ensina o pensador Mario Sérgio Cortela:
“É o teu melhor
na condição que você tem enquanto não tem condições melhores para fazer melhor
ainda.”
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